Entre passos de dança e tradições que atravessam o tempo, a história de Camila Fonseca Marcos e Alexis Cvirkun Urbanskyy começou de um jeito que parece mesmo ter sido escrito pelo destino. Ainda menina, Camila conheceu a Festa das Nações por acaso, quando foi convidada por um tio chileno para assistir à apresentação do grupo dele, o Sicuris. Na mesma noite, correu pelas barracas do evento e viu apresentações de diferentes etnias, entre elas, a do grupo ucraniano. Um episódio inusitado, no entanto, marcou aquele dia: um menino caiu do palco durante uma das danças, e a cena ficou guardada na memória da menina curiosa. Anos depois, já adolescente, Camila descobriu que o menino acidentado era ninguém menos que Alexis, o futuro marido. “Olha como são as coisas, eu estava lá nesse dia”, conta, rindo.
A paixão pela dança folclórica foi o que os uniu. Camila começou no grupo polonês, incentivada por uma amiga de escola, enquanto Alexis cresceu imerso nas tradições ucranianas, herança dos avós que vieram ao Brasil fugindo da guerra e ajudaram a fundar uma comunidade ucraniana em Canoas. Os dois se conheceram melhor nos bastidores de um evento no CTG 35 e logo começaram a namorar. O primeiro encontro oficial aconteceu na festa de 15 anos dela, realizada na Sociedade Polônia, local simbólico de onde sua jornada pela cultura começou. “A gente já está há 19 anos juntos”, diz com orgulho.
Hoje, a relação deles com a dança vai muito além do palco. Camila e Alexis são ensaiadores dos grupos infantil e adulto da comunidade ucraniana, e a família inteira participa das atividades. O filho mais velho, Vinícius, de 15 anos, é dançarino e já representa o grupo com talento e emoção. Os gêmeos de cinco anos, mesmo pequenos, “já dançam, já têm roupinha. Se deixar, eles se alinham com a música ucraniana e sabem tudo, porque está na veia”, conta a mãe, com carinho. A sogra de Camila é presidente da comunidade, e nas reuniões de família não faltam trajes bordados, louças típicas e histórias que reforçam o elo com as raízes. “Mesmo sem ter descendência, eu me sinto uma ucraniana. Entrei na família e me deixei amar por essa cultura”, diz Camila, emocionada.
Para ela, participar da Festa das Nações é mais do que uma tradição: é um ato de amor. “Nós vamos seguir sendo ucranianos para o resto da vida. Vamos continuar passando isso de geração em geração.” A celebração, segundo ela, representa o esforço coletivo de manter viva a cultura, o folclore e as relações entre os grupos étnicos. “É uma alegria poder mostrar nossa cultura e ver que as pessoas se encantam com o que é bonito e verdadeiro.”
Neste fim de semana, o Shopping TOTAL convida o público a vivenciar esse mesmo encanto. A Festa das Nações reúne apresentações de mais de 20 etnias, com música, dança, gastronomia e artesanato típicos. Uma oportunidade de celebrar as culturas que formam o mundo, e que, como a de Camila e Alexis, seguem unindo famílias e gerações inteiras pelo sentimento e pela tradição.